segunda-feira, 15 de março de 2010

"Navegar no ciberespaço" e "Inteligência coletiva"

Navegar no ciberespaço: Lucia Santaella

O perfil cognitivo do leitor imersivo


Três tipos de leitores: o contemplativo, o movente e o imersivo

Desde o surgimento dos novos suportes e estruturas para o texto escrito, notadamente o CD-ROM e a estrutura hipermídia, a história do livro e da leitura tem
despertado grande interesse em pesquisadores de áreas diversas do conhecimento. Esse interesse intensificou-se com a proliferação crescente das redes de telecomunicação, especialmente a Internet, ligando rizomaticamente todos os pontos do globo. Nesse contexto, junto com as promessas de universalidade e intercâmbio internacional de idéias pregadas pelos utopistas, tem surgido também muita angústia diante das incertezas quanto ao desaparecimento da cultura do livro (ver Beiguelman, 2003; Chartier, 2002: 101-124). Será que o livro no seu formato atual, feito de papel, está fadado a desaparecer como desapareceram os rolos de papiro?

1. O LEITOR CONTEMPLATIVO, MEDITATIVO

Nos sete séculos que decorreram da queda do Império Romano até o século XII, os
mosteiros e outros estabelecimentos eclesiásticos conservaram o monopólio da
cultura livresca e da produção do livro. A partir do século XII, entretanto, intervieram

modificações intelectuais e sociais provocadas especialmente pela fundação das
universidades e pelo desenvolvimento da instrução entre leigos, enquanto se

formava uma classe burguesa, capaz ela também de aceder à cultura: os jurisconsultos, os conselheiros leigos dos reis, os altos funcionários de toda espécie e também os ricos negociantes. Tudo isso repercutiu nas condições em que os livros eram compostos, escritos, copiados e difundidos (Febvre e Martin, 1991: 22). Com a instauração obrigatória do silêncio nas bibliotecas universitárias na Idade Média central a leitura se fixou definitivamente como um gesto do olho, “não mais acompanhada, como antes, pelo rumor de uma articulação vocal, nem pelo movimento de manducação muscular. Ler sem pronunciar em voz alta ou a meia-voz
é uma experiência moderna, desconhecida durante milênios” (Certeau apud Chartier,
1998a: 23).

2. O LEITOR MOVENTE, FRAGMENTADO


Inspirado na obra de Walter Benjamin, grande leitor de Poe e Baudelaire e um dos
maiores teóricos da modernidade, Santos (1998: 10) informa-nos que, em meados
do século passado, as transformações urbanas de cidades como Paris e Londres
foram modelos de grandes transformações que vieram trazer conseqüências
profundas no modo de viver das pessoas. Devido ao incremento que a Revolução
Industrial havia trazido para o capitalismo, nessas cidades, o tráfico de pessoas
crescia para atender ao fluxo do capital em expansão. As locomotivas e as estações
ferroviárias, além de exibirem o avanço tecnológico, serviam de marcos reais para a

cidade, carregando seus sonhos de confraternização de uma humanidade inteira
ligada por trilhos. As máquinas a vapor já submergiam os trabalhadores em rígidos
horários nas fábricas consolidando a nova lógica de desenvolvimento econômico. O
capital ia se concentrando cada vez mais nos centros urbanos.

Maria Lucia Santaella Braga (Catanduva, 13 de agosto de 1944)é uma pesquisadora brasileira e professora titular da PUC-SP com doutoramento em Teoria Literária na PUC-SP, em 1973, e livre-docência em Ciências da Comunicação na ECA/USP, em 1993. É fundadora do "CS games", Grupo de Pesquisa em Games e Semiótica da PUC-SP, além de professora da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas EESP-FGV, nas áreas de Novas Tecnologias e Novas Gramáticas da Sonoridade, Relações entre o Verbal, Visual e Sonoro na Multimídia e Fundamentos Biocognitivos da Comunicação.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Lucia_SantaellaInteligência coletiva Pierre Lévy

Prólogo: o planeta nômade

O lançamento do projeto das “infovias” provocou grande alvoroço nos Estados Unidos. As ondas que acompanham a série de fusões, aquisições e alianças que hoje acontecem no setor da comunicação e da informática, os anúncios concernentes à futura televisão digital de alta definição...', vários sinais ultimamente têm chamado a atenção do grande público para o que se convencionou chamar de “multimídia”.Uma inteligência incessantemente valorizada. A inteligência é distribuída por toda parte, é um fato. Mas deve-se agora passar desse fato ao projeto. Pois essa inteligência tantas vezes desprezada, ignorada, inutilizada, humilhada, justamente por isso não é valorizada.

O que é a inteligência coletiva?

É uma inteligência distribuída por toda parte incessantemente valorizada coordenada em tempo real que resulta em uma mobilização efetiva das competências. Acrescentemos à nossa definição este complemento indispensável: a base e o objetivo da inteligência coletiva são o reconhecimento e o enriquecimento mútuos das pessoas, e não o culto de comunidades fetichizadas ou hipostasiadas."A inteligência coletiva, lembremos, é uma inteligência distribuída por toda parte, incessantemente valorizada, coordenada e mobilizada em tempo real. Para evitar qualquer mal-entendido, e antes de encerrar esta introdução, iremos especificar o que ela não é. Não se deve, sobretudo, confundi-la com projetos "totalitários" de subordinação dos indivíduos a comunidades transcendentes e fetichizadas."

Pierre Lévy nasceu numa família judaica. Fez mestrado em História da Ciência e doutorado em Sociologia e Ciência da Informação e da Comunicação, na Universidade de Sorbonne, França. Trabalha desde 2002 como titular da cadeira de pesquisa em inteligência coletiva na Universidade de Ottawa, Canadá.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pierre_L%C3%A9vy





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